quarta-feira, 10 de março de 2010

Vamos fundir Portugal... Ao Brasil!

(Detalhe: Como podem ver no texto, o autor é um português. Continue lendo, e veja por que o cara quer fazer de Portugal o 27º estado brasileiro)

Orgulhosamente acompanhados

Dizem os economistas mais avisados, os que ainda fizeram a 4ª classe antiga e por isso ainda sabem fazer contas, que Portugal, por volta de 2020 será o país mais pobre da União Europeia.

O problema é económico; é do endividamento, é de escala, é de recursos, naturais e humanos, é financeiro, é de marketing. Os nossos problemas estão diagnosticados até ao tutano e há décadas por resolver.

O mal está, como diz Medina Carreira, na economia mas o remédio está na política.

Portugal não tem escala. Somos poucos, temos uma fraca industria, reputação e não somos vitais no palco mundial. Podemos todos gostar muito do pais, e eu gosto, mas é apenas por ser a minha casa. Se amanhã desaparecesse a verdade é que pouco mudaria no mundo. Era como se desaparecesse o Paraguai, ou a Letónia ou outro dos pequenos, irrelevantes e periféricos países do mundo, dos que contribuem pouco ou nada para a causa do mundo.

O nosso melhor já foi dado faz tempo, há muitos séculos e hoje, não fora a língua, alguns escritores, alguns futebolistas, o nosso vinho do Porto, a nossa magnífica costa e o pedaço de Atlântico que nos “pertence” e por nada seriamos conhecidos.

Claro que estamos na Europa, mas estarmos na Europa é estarmos sozinhos pois a Europa está condenada a ser o que sempre foi: um conjunto de diferentes estados, línguas, e preconceitos que sobrevivem como sobrevive a cultura de cada pais. Os espanhóis serão sempre espanhóis, os franceses, franceses, os alemães, alemães e o ingleses, amigos dos americanos e desconfiados do resto do continente. E nós seremos sempre nós. Pequenos, periféricos, pobres e irrelevantes.

Para sobrevivermos e termos peso temos de ter ideias novas e pelo menos tão grandiosas como as que nos fizeram outrora maiores do que o tamanho do nosso pequeno canto. Ou então verificar-se-á a profecia há dias lida num blogue: “o rectângulo não tem solução”.

Sobre Portugal há duas teses:

“Isto não vai a lado nenhum” e “Deixa andar que a gente ainda se safa”.

A minha teses é a de que “Isto não vai a lado nenhum, mas que é possível que a gente ainda se safe se pensarmos fora do rectângulo, o tal que não tem solução”.

Podemos pensar, e devemos, que o problema é de política que afinal é a gestão destas grandes empresas a que chamamos estados.

Ora o que fazer quando uma empresa não tem escala, para competir no mercado global?

Ou demonstra uma incapacidade para resolver os seus problemas?

Ou chega à conclusão que sozinha não vai lá?

As grandes empresas associam-se uma com as outras. As grandes empreses fundem-se. As grandes empresas fazem mergers. As grandes empresas trocam participações ou então desaparecem.

E os estados? Se é tabu pensar em abrir mão de alguma independência, de alguma soberania para conseguir sobreviver e prosperar. Se nós não o fizermos então o “mercado” i.e. o mundo fá-lo-á por nós. E nós seremos uma velha retrosaria que mais cedo ou mais tarde vai dar lugar a uma dependência bancária, espanhola.

(Abre-se aqui um parêntesis para dizer que Portugal já se associou nessa associação complementar de empresas chamada União Europeia, mas como também já referi é uma associação de empresas concorrentes, histórica e culturalmente concorrentes.)

Imaginemos que nós e outro estado resolvíamos, que era vantajoso unirmo-nos. Para ter mais escala, mais vantagens, para ser maiores mais poderosos e para beneficiar dos recursos um do outro.

Porque não?

No tempo das descobertas as nações fizeram take-overs hostis umas às outras. Portugal também o fez. Mas Portugal a dada altura fez uma coisa inovadora e grandiosa e única até hoje na história, (como tanta vez o fizemos).

Uma vez Portugal, movido por circunstâncias várias mas soberanamente, fez um spin off de uma das suas maiores sucursais, o Brasil, e deu-lhe a independência.

E se hoje fossemos tão vanguardistas como outrora e fizéssemos a coisa moderna e inovadora que era fundirmo-nos com outro país?

Seria inovador dois estados fundirem-se, abrindo mão de alguma soberania, para ficarem mais fortes

Uma espécie de “troca de participações” com outra nação para criar uma super nação mais forte.

Fundirmo-nos com outro pais era fazer o que muitas grandes empresas fazem para ter economias de escala, para ganhar massa crítica e para serem mais fortes e para se reorganizarem de forma mais eficiente.

O candidato ideal seria o Brasil, claro.

Os benefícios são óbvios.

O Brasil é rico, grande, tem recursos naturais, é o maior falante da nossa língua e tem muito crowd o que num mundo onde cada vez é mais importante o crowd sourcing não é uma vantagem de somenos.

Nós temos menos para lhes dar mas mesmo assim temos alguma coisa

Temos uma agricultura mediterrânea (ou podíamos ter se a isso nos dedicássemos) temos azeite, o vinho e sobretudo temos a geografia e a Europa. Num mundo cada vez mais globalizado uma nação como o Brasil, que é uma federação de estados, ter um dos seus estados na Europa seria uma vantagem poderosíssima. Tornar-nos-íamos a mais poderosa nação atlântica

Criar-se-ia assim a primeira nação pan-continental.

Um pais global porque era da América e da Europa, do hemisfério Norte e do Sul e que aliaria a nossa velha vocação universalista à ambição Brasileira de protagonismo no palco mundial.

E resultaria?

Se resulta com empresas que são maiores que países?

Se resulta com empresas e empresários portugueses e brasileiros que trabalham cá em lá com o maior dos à-vontades?

Resumindo:

Sozinhos não vamos lá. Porque não fundirmo-nos com o pais com que temos mais afinidade cultural, o Brasil, de modo a criar uma nação pan-continental preparada como nenhuma para a globalização.

Claro que tudo tinha que ser muito bem referendado pelos accionistas que somos todos nós e, se talvez os brasileiros fossem mais difíceis de convencer, já nós, os portugueses, parece-me que estamos por tudo e não temos nada a perder.

Claro que como em qualquer fusão haveria problemas, lutas pelo poder, cedências, crises enfim dores várias que são normais nas mergers. Mas estou convencido que a fazer-se uma fusão esta seria a mais amigável de todas ao contrário por exemplo da Espanha que seria sempre um

Take-over hostil e que a prazo nos condenaria a ibéricos de segunda.

“Este país ainda vai cumprir seu ideal e tornar-se um imenso Portugal” cantou um dia o Chico Buarque. Pois eu digo de volta que este pais ainda vai cumprir o seu ideal e transformar-se num grande Brasil.

Um país, dois sotaques, duas feijoadas, dois fados (o nosso e a bossa nova que é o fado da praia) e com o melhor jogador do mundo na melhor selecção de futebol do mundo.

www.vamosfundirportugal.org

Pedro Bidarra

Originalmente tirado do Blog:

BBDO Lab

4 comentários:

  1. Creio que fundir o Brasil a Portugal pode sim ser uma solução aos dois paises porem, como toda união, vai causar grande holocausto no mundo, o Brasil é um grande país e os Estados Unidos já estão de olho em nós faz muito tempo, caso o Brasil viesse a unir-se com Portugal, provavelmente os EUA vão intervir...

    Eu apóio porem alerto do "Perigo Norte Americano"

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  2. Por isso mesmo eu sou a favor da fusão com Portugal: Antes ser fundido a Portugal do que ser colônia dos Yankees.

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  3. Portugal e Brasil só teriam a ganhar se unissem, pois portugal com seus azeites e vinhos seriam a extensão do brasil na europa enquanto o brasil com seu territorio continental,petroleo,amazonia e maior rede hidrográfica do mundo seria a extensão de portugal na américa do sul;além do mais o brasil em um unico ano saltou de 8ª para 6ª potencia economica mundial e já está chegando perto da 5ª posição logo estará encostando nos yankees, e também portugal fica no hemisfério norte ou seja com brasil e portugal unidos os EUA teriam que intervir em um dos dois paises de cada vez e com a riqueza do brasil ,portugal poderia responder a altura a uma possivel invasão yankee e logo chegaria reforço brasileiro.
    Se a população se informar melhor e lutarem por esse ideal essa união poderá ser real;não é anexação é uma união,ou seja ,uma unificação de dois paises irmãos que tem muito mais coisas em comum do que diferença.
    Poderia surgir assim a maior potencia do atlantico.

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  4. Um comentário que eu notei agora sobre o texto de Pedro Bidarra: A fusão Brasil/Portugal não seria o primeiro caso de um país (Atual) em dois continentes distantes, uma vez que a França possui sua Guiana Francesa aqui do lado do Amapá.

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